Quem é você? Como você pode fazer isso comigo?
Eu sei o seu
nome e o seu sobrenome, mas esses podem ser falsos. Assim como a imagem que
criei, para arrancar a dor de não poder chegar perto. Só pra fitar os seus
olhos uma única vez, ouvir a sua voz e tentar te conhecer, te fazer rir e ver o
seu sorriso surgir, sentir seu perfume, admirar as suas manias e o seu modo de
falar... Tudo preso na minha insônia cada noite pior, sonhos e pesadelos que já
não encontro diferença. Eu tenho medo de acordar. A realidade me assusta...
E se você não se
interessar por mim, disser “não” antes que eu possa tentar?
E se eu nunca
puder...
Só o que me resta é esperar, mas o tempo me faz querer desistir e eu
sei que ainda querendo eu não tenho esse direito. Acho que é assim que se
define a mente de um apaixonado, então. Criamos a pessoa que queremos amar, cogitando a
perfeição que jamais existiu, nos iludindo com os bilhões de possibilidades que
inventamos pra tornar reais algumas de nossas fieis fantasias. Até que tudo se destrói
e descobrimos de verdade quem é a pessoa que amamos. Ela pode ser melhor do que
qualquer uma que veio antes e pode ser essencial, pode mudar o ruma da história,
pode mudar a sua vida, pode te transformar numa outra pessoa por causa do amor
que dela emergiu alcançando e consumindo seu coração. Mas ela também pode te
fazer desacreditar nesse sentimento, pode acabar com a sua vontade de encontrar alguém, e te destruir de tal forma que a esperança
seja enterrada. O amor é uma peça que está guardada na alma, esperando
encontrar o seu encaixe. E se nessa procura você ainda tiver forças, espero que
você não enlouqueça. Espero que eu não enlouqueça...