terça-feira, 25 de março de 2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
Pobre semana
pobre semana
ademais sem culpa
por ser tão desastrosa
um canhão
cem balas
estourando
sem fissuras
pobre semana
sequer tem sentimentos
para aturar todos os
lamentos
das várias vidas
sem açúcar
pobre semana
mais assassinada
que a pobreza
mais poluída
que a natureza
mais compromissada
que um político indecente
castigada pelo sol
sem perdão
aturando as várias fases da lua
sem qualquer gratidão
e tudo errado
tudo de azarado
sobre
para a pobre semana
ademais sem culpa
por ser tão desastrosa
um canhão
cem balas
estourando
sem fissuras
pobre semana
sequer tem sentimentos
para aturar todos os
lamentos
das várias vidas
sem açúcar
pobre semana
mais assassinada
que a pobreza
mais poluída
que a natureza
mais compromissada
que um político indecente
castigada pelo sol
sem perdão
aturando as várias fases da lua
sem qualquer gratidão
e tudo errado
tudo de azarado
sobre
para a pobre semana
Merecimento
Por todas as escadas que me ajoelhei aos teus pés
Por todos os caminhos que rastejei
Por todos os traços que rabisquei
Mereço o teu amor.
Ou não mereço?
Não.
Não mereço.
Tu és a flor mais delicada do jardim
Um canto mais belo que de um querubim
E todas as vezes me dizes sim...
Não posso merecer.
Por ser tão perfeita
Me fazes esquecer
De todo mal não mais causado
De todas as preces deixadas para trás
De todo o mundo sucumbido por teu amor
É...
Eu mereço.
Ah, mereço sim.
Pois foi feita para mim.
E se eu não fosse feito para você?
Quem mais poderia ser?
Egoísta estou sendo
Mas seu amor virou questão de merecimento?
Ora...
Deixe de questionamentos
Adiante seu passo
Valorize teu amor
Para não cair no esquecimento.
Versos não publicados
as portas fecharam-se
para um futuro incrédulo
sem a própria confiança
daquilo que te afronta
eram só versos
versos de alguma estação
sem dono
sem dom de um novo antiquado
eram só versos
que não seriam publicados
não seriam escrachados
os quais seriam temporais
livres de falsas promessas
voando sem expectativas
eram só versos
incompletos
que não seriam publicados
por um amador qualquer
algo que o sistema não quer
não é o que ninguém procura
sem esperanças
de uma revelação
que só um amor atura
eram só versos
que passaram desnotados
como um filé com gordura
um almoço sem verdura
e acaba assim
sem ter figura
para um futuro incrédulo
sem a própria confiança
daquilo que te afronta
eram só versos
versos de alguma estação
sem dono
sem dom de um novo antiquado
eram só versos
que não seriam publicados
não seriam escrachados
os quais seriam temporais
livres de falsas promessas
voando sem expectativas
eram só versos
incompletos
que não seriam publicados
por um amador qualquer
algo que o sistema não quer
não é o que ninguém procura
sem esperanças
de uma revelação
que só um amor atura
eram só versos
que passaram desnotados
como um filé com gordura
um almoço sem verdura
e acaba assim
sem ter figura
quinta-feira, 20 de março de 2014
Lurdinha
uns dentes bem tortos
poeira sobre os corpos
com uma luz que nada
atrapalhava
o silêncio reinou
até seus olhos me encontrarem
naquela rua
que não era minha
só da Lurdinha
que por rara felicidade
sorria
enquanto lhe desejava
um belo dia
mas como poderia?
se nem casa tinha?
talvez não só a rua fosse sua
tampouco o sol que ardia
sequer a esmola de outro dia
a felicidade também era
da notável Lurdinha
terça-feira, 11 de março de 2014
O tempo parou
Dezenas de vozes ecoavam naquela sala
Porém o tempo parou
Para ver a nossa dança.
A mais parada das danças
A mais silenciosa
A mais prazerosa.
Era mais do que uma dança comum
Era um abraço.
O abraço.
Envolvente, transparente, contente.
Um abraço que fez o silêncio voltar.
Um abraço que fez o tempo parar.
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