quinta-feira, 5 de junho de 2014

O amor é uma merda

O amor é uma merda
O amor é tolo
O amor é um poço (fundo)
O amor só anda de despedida
O amor é escroto
O amor manipula tudo
Faz girar o mundo
O amor é uma desgraça
É um esgoto no meio da praça
Consegue ser tudo
Ao mesmo tempo nada
O amor é sujo
O amor é impuro
Mas não vivo sem
Amor.

Lasanha

Apaguei todas as lembranças
Desvencilhei todos os segredos
Renuncie todas as esperanças
Superei todos os medos

Com minhas forças
Nem o 1º passo daria
Nem a 2ª palavra proferia
Nem o 3º caso pensaria.

Você é ouro que reluz
(com traços rosas e contentes)
O mundo gira ao seu entorno
E quem não liga, parece tolo

Você me pegou
Sem a isca, só o anzol
Linda, me ilumina mais que o sol

És tu lasanha
Minha droga preferida
Não importam as gorduras
Tampouco as proteínas

É amor de infância
É amor de instância
É meu primeiro amor

Um oceano para me afogar
Sem sentir dor
É simplesmente amor.

Gramado

Arrumei as malas
Mandei-me para Gramado
Provido de consciência
A qual perdi
Ao subir o Corcovado
O tempo gelado
E uma mala ao lado
Acharia trabalho
Ficaria com tempo vago
Quem sabe em prol da ciência
Ou na busca da sanidade
Quizá da santidade
A vida é muito curta
Para ser obrigado a aturar o caos
A vida é muito dura
Para pés dormentes
Quem sabe alivie
Com chocolate quente
Com sete graus
Um siamês do lado
Numa casa em Gramado.

Ficção

A paciência restringe-se
Enquanto a dúvida persiste.

O arranjo não decifrará
O amor capaz de me derrubar
(tampouco o significado de parará...)

A letra não acompanhará
Os acordes sem destinação
Sentado com o violão

A pergunta persistirá
Pura verdade?
Pura ficção?
Dura a verdade?
Maltrata a ilusão?
Maldita a paixão!
Pior ainda o coração
Que se deixa levar
Pelas doces palavras
Pelos delicados olhares
E fazer disso
Uma inefável questão.

Rua da Paciência

Rio Vermelho
Sinal vermelho
Para os não apaixonados
Para os ônibus parados
A música embala
A mente repara
O corpo se contorce
Cada olhar despreocupado
É fonte de pesquisa
Para reconhecer
Onde se esconde o amor
Que ainda não pude conhecer
O fim do percurso se aproxima
Sem restrição
Enquanto mais longe fico
Mais ainda o coração na mão
A nenhum lugar me leva
A tal falada emoção
Hora de apelar para a razão?

Subindo a Serra

O frio para cerrar os dentes
Uma van para a Serra
E a espera de pessoas contentes
O sol se esconde
Atrás da cortina de nuvens
Uma peneira
Para o calor passar
As vivências se estenderam
E quem diria que uma feira
A Gramado fosse me levar?