sexta-feira, 18 de março de 2016

Um falso dia de verão

O sol irradia incomum diante das poucas horas incidentes de um dia de verão. A luz penetrava pelo quarto novamente, denunciando toda a minha solidão. E havia quem dissesse que os dias mais quentes seriam por dois corpos aqui presentes. Somente os erros de previsão. Pois cai a noite e invade o outro dia, sem alguma companhia que queira a mais ficar. Ou só por vez, o amor nesta vida não me cabe, nem me base, assim como a luz somente invade sem me consumir. Me paira o frio, o escuro de um quarto vazio e um coração doído por querer amar, sem saber como, por quem ou quando será. Enquanto não chega, o frio se manterá. E nem os famosos dias de verão serão capaz de mudar.

Eu não posso

ler sua mente 
saber o que se passa 
(passou ou passará) 
fingir que não existe 
deixar de te observar 
(me inteirar, te conhecer) 
[querer me completar] 
{se não conheço você} 
te deixar partir 
te deixar sair 
te deixar fugir 
te largar por aí 
desistir 
(nem de você, 
nem de mim).

I See Fire

Eu vejo fogo em seus olhos
(Apaixonantes como rubis)
Eu vejo fogo em seu cabelo
(Beijado pelas chamas)

Repleta de flores tropicais
Perfumando cada parte do seu ser
Serviço não era ser tão bela assim

Eu vejo fogo no teu toque
Catalisando os meus arrepios
Invadindo o meu íntimo
Enlouquecendo o teu prazer

Eu vejo fogo na sua alma
Clamando por um amor
Ainda não descoberto
Para preencher um vazio ainda
incompleto 
A chegar no ápice de ser apenas…
Seu.

Que tal?

Que tal uma noite de verão com a lua a observar os nossos corpos nus, comuns, numa cama quente?
Que tal a graça de um beijo, tranquilo, sem destempero, provocados por simples toques a te fazer arrepiar? 
Que tal as suas mãos macias aproveitando-se do som do mar, me envolvendo como as ondas, sem nem me deixar notar? 
Que tal a minha vez de retribuir, e o seu corpo invadir, o teu pescoço chupar e deixar as marcas para demonstrar o quão grandioso é amar? 
Que tal toda a ternura presente em dois corpos que se unem e se vestem em um só ao doce balanço de uma música soprada pelo ar? 
Ai, quem me dera que essa noite não terminasse; que a minha sorte não cessasse assim como a vontade de te ter.
Ai, quem me dera, o prazer de alguma tarde, manhã ou noite qualquer, só ao seu lado, onde não existe cansaço e eu só saiba o que é... amar.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Realidade

Nem mesmo a forte luz disposta a vendar os meus olhos; ou até mesmo o vento revoltoso e frio sobre os pés de cabelo, provocando arrepios, desde os pés à cabeça; nem mesmo a dor que atacava o meu vazio; ou quem sabe a incômoda sensação inerte, deslocada e solitária... Nada disso se tornou em outras palavras para fugir da realidade. A realidade é nua, crua, e dela não se pode fugir, apenas emergir. Deixar ela invadir para encará-la de uma forma ainda não feita.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sou teu, sol teu

Sou teu, sol teu

Sob a rajada no ocidente
Seu levantar me fez contente
E meu sorriso enlouqueceu
Ao resplandecer do seu
Sou teu

Sobre teus olhos comprimidos
Por madrugar em um domingo
Me dispus sobre teu corpo
Nosso lençol se aqueceu
Sol teu

Você virou minha alegria
Com tua paz e companhia
Afagando os meus cabelos
Arrepiando os meus pelos
Sou teu

Cada verso dessa prosa
Fui cantando a toda hora
Com o verão surgindo à nossa porta
Para nos ver outra vez
Sol teu

Meu sorriso
Minha alma
Minha pele
Cada dia
Meu amor
Para alguém outra vez
Sou teu

Sua luz
Sua energia
Sua paz
Sua fantasia
Sua fonte
Que traz a vida outra vez
Sol teu

Meu amor
Sou teu
Seu amor
Sol teu
Meu amor
Só teu
Ei de ser.