sábado, 14 de maio de 2016

Sol de Outono

Eu quis tanto ter você, sol de outono, aquecendo a minha vida e ponto. Decifrando cada face sua ainda não contemplada, ou alíneas rabiscadas não notadas. Ainda mais quando você se deita, disfarçado, querendo ser observado e sem ninguém para te notar. Pois então você pede; deito com você para me deixar invadir por toda a sua atitude. Tocar não te posso, mas meus olhos se encontram perdidos ao ver somente você ali para mim. Assim me perco em sua plenitude, sem me parecer tão certo. Meus poros agitados lhe deixariam isolados e choraram por seu calor. Então você resolve ir cada vez mais forte, com promessas cada vez mais cheias aos meus ouvidos. 

"Eu voltarei, mesmo que a noite volte, mesmo que a chuva caia, mesmo que o frio não me torne tão claro. Pois eu sou o teu sol, e você será o meu guia. Como um farol ilumina a noite e se acalma durante o dia. Assim será, pois sua vida pertence à minha, enquanto tiver olhos para ver, ouvidos para ouvir, e uma mente para admirar aquilo que parece improvável. Eu sou tão seu quanto você é meu, sem ciúmes, sem agonia. As estações irão passar, o tempo irá mudar, mas estarei com você, seja noite, seja dia.”

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Doce Lua

Doce lua, permita-me sonhar com você. Permita-me sonhar tão claramente quanto sua luz de fase crescente. Permita-me suspirar por aquele amor não encontrado. Permita-me ser são em uma sociedade tão doente e desesperada por atenção. Permita-me ir além do que meus olhos vêem e do que meu coração sente. Permita-me ir até você para a alguém pertencer. Permita-me esconder de todas as mazelas desamparadas e não mais sofrer. Permita-me ser seu assim como és minha, ainda quando estiver nova. Permita-me te amar como a nunca alguém amei e só para ti viver.

terça-feira, 29 de março de 2016

Um vaso tão raso


Não me tire a razão, são vasos vazios tão rasos que um só coração oprimido não forma um vaso tão caro só restando o sumiço tão vago para não ouvir o coração bater e outra vez a emoção abater a razão de mais uma vez não tem querer ou te ver ou te ter. 
Era só um vaso tão raso escondido, tão pouco se pôde apreender. Tão pouco se pôde conhecer para sequer amar ou cogitar os mais sinceros sentimentos sem fim. 
Pobre coração emulado num vaso tão raso de pena sem fim. Não modelado, nem aperfeiçoado, de uma pobreza sem fim. Que ele não seja maltratado, triturado, dilacerado, como um vaso chega ao seu fim, quebrado, despedaçado, por aí.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Um falso dia de verão

O sol irradia incomum diante das poucas horas incidentes de um dia de verão. A luz penetrava pelo quarto novamente, denunciando toda a minha solidão. E havia quem dissesse que os dias mais quentes seriam por dois corpos aqui presentes. Somente os erros de previsão. Pois cai a noite e invade o outro dia, sem alguma companhia que queira a mais ficar. Ou só por vez, o amor nesta vida não me cabe, nem me base, assim como a luz somente invade sem me consumir. Me paira o frio, o escuro de um quarto vazio e um coração doído por querer amar, sem saber como, por quem ou quando será. Enquanto não chega, o frio se manterá. E nem os famosos dias de verão serão capaz de mudar.

Eu não posso

ler sua mente 
saber o que se passa 
(passou ou passará) 
fingir que não existe 
deixar de te observar 
(me inteirar, te conhecer) 
[querer me completar] 
{se não conheço você} 
te deixar partir 
te deixar sair 
te deixar fugir 
te largar por aí 
desistir 
(nem de você, 
nem de mim).

I See Fire

Eu vejo fogo em seus olhos
(Apaixonantes como rubis)
Eu vejo fogo em seu cabelo
(Beijado pelas chamas)

Repleta de flores tropicais
Perfumando cada parte do seu ser
Serviço não era ser tão bela assim

Eu vejo fogo no teu toque
Catalisando os meus arrepios
Invadindo o meu íntimo
Enlouquecendo o teu prazer

Eu vejo fogo na sua alma
Clamando por um amor
Ainda não descoberto
Para preencher um vazio ainda
incompleto 
A chegar no ápice de ser apenas…
Seu.