quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Metalinguagem

Palavras leves,
Trechos breves.
Versos curtos,
Estrofes de truco.

Palavras em pé,
Trechos deitados.
Versos com fé,
Estrofes sem ditados.

Palavras ao réu,
Trechos ao primário.
Versos ao céu,
Estrofes ao cansado.

Palavras novas,
Trechos inéditos.
Versos nus,
Estrofes sem verbos.

Palavras ousadas,
Trechos tímidos.
Versos alcançados,
Estrofes sem sentidos.

Uma palavra tua,
Para o verso de uma linha.
Estrofes tão sujas,
Poesia minha.

Beira da calçada

O mar se agitou,
O barco ali parou.
O pescador se preparou,
A rede ele lançou.

A turista acompanhava
Na beira da calçada.
Eram apenas seis da manhã,
E acatava o seu gesto cotidiano.

Estava despreocupada,
Tempo não lhe faltava.
Todavia desapontada,
Dessa vida que lhe cansava.

Mesmo sem encontro marcado,
Seu acompanhante havia chegado.
Era um pássaro nunca encontrado,
Que nesse instante tinha alegrado.

O encontro não foi longo,
Puramente amistoso.
Uma hora partiria,
Levando a tristeza que houvera.

Deixou uma pena,
Na sua exótica cor,
Em seu nulo odor,
Fazendo-a plena,
À beira da calçada.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Cada

Cada piscar de olhos
Sua imagem vem à cabeça.
Maldito desejo de insistir em você,
sem saber suas intenções...
Cada palavra é um esforço
E um sopro
Na espera de que seja entendida
No seu real sentido.
Cada expressão é um flerte, 
Leve. Um pequeno estímulo
Na tentativa de te conquistar
E roubar um beijo teu.
Sonho meu?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Sem fim

Essa não é a primeira,
Nem a última história escrita
Até encontrar uma sobrevida
Em algum outro ponto.
O que me faz correr atrás
Dessa história sem fim?
Loucura minha, ainda dedicar-te versos meus
Sem contar com sua presença.
Paciência dura até o limite chegar,
E não há outra escapatória.
Se não houve um final,
decreto encerrado esse caso,
com minhas próprias mãos
e sã consciência.

Fevereiro

Doce situação, 
embora acontecida sem concepção,
idolatrada sem razão,
concebida por decisão.
Quem disse ser paixão?
Pois saiba,
acaba de ser evitada mais uma ilusão.
Nem precisou ser criada,
a ponto de ser finalizada.
But, ok... I'm fine.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mãos cansadas

Palavras foram lançadas,
mas sem alguém para ouvi-las.
O poeta seguia angustiado,
diante das faces cegas,
o impedindo de ser notado.
Por que somente ele era capaz de enxergar?
Pensava ao observar o céu se fechar.
Então uma criança sentou do seu lado,
disposta a lhe escutar.
As palavras soavam desperançosas,
não menos sinceras,
até sua poesia acabar.
O menino pareceu encantado,
viajando a uma dimensão diferente,
existente em sua própria mente.
Para a grata surpresa dos dois,
uma luz embaraçou a vista,
e posteriormente,
o jovem a sua frente começou a te fitar.
Enfim, o homem percebeu
Que alguém ele era capaz de mudar.

Montanha Russa

Feliz                                                                                 ferrou.
  simples                                                                        paixão
      contente                                                              surpresas
          nem tanto                                                      fé
              cansado                                              esperança
                   entediado                                    futuro
                       já foi...                              ou não?
                                 melhor do que antes

Almofadas

Em um canto encostada,
quando não jogada.
Pobre almofada,
receptora de ações.
Num ato de stress,
chutando como  bola.
Servindo de consolo,
num mar de emoções.
Pobre almofada,
em um canto encostada,
quando não jogada.
Arma de guerra,
evitando gritos.
Acumulando baba,
um abraço no frio.
Tamanha utilidade,
pouco reparada...
Pobre almofada,
em um canto encostada,
quando não jogada,
sem dar um pio.

Selvagem

Já chegou a madrugada
E não houve tempo
Para a gente se amar.
Anda, adianta, levanta.
O silêncio é o  ideal,
a situação mais casual,
o tesão bem animal.
Sem delongas e o corpo denuncia
O ato premeditado, doentio.
Anda, me ama, agora, na cama.
Hora dentro, hora fora,
Oh, paixão que te devora.
Te aperto, você adora
Enquanto diz: "Não pare agora".
A chegar nossa hora
Palavras ficaram em outrora,
exceto um gemido mútuo de prazer.
Por fim, amora de aroma e o desejo,
de começar tudo outra vez.

Sem saco

O mundo resolveu pressionar.
As pessoas te sufocaram
E o que faltou foi ar.
Sigo o relógio e as horas passam...

Carinhos e boas palavras servidas,
Lidas por dó e sequer sentidas.
Nenhuma novidade parece hesitar,
Tudo continua como está.

Quem dera amanhã estar em outro lugar,
Todavia restam as luzes do quarto a apagar.
Uma nova música dita o ritmo
Sem um dançarino para tal.

Eu me sinto o mesmo,
Nem adianta a luta contra o tempo.
Preciso de uma nova aventura,
Ao acabar essa noite.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Nas nuvens

Nuvens tuas, sonhos meus.
A liberdade flui ao passar,
o que me faz pensar,
por que tantos sonhos?
Por que tantas ilusões?
Enganado estava eu,
pensava estar controverso...
No mais, disperso fiquei.
Ora, não era tão claro quanto imaginei.
É o que me move, o que me motiva.
Sonhar, nada além de sonhar,
uma ambição alcançável,
um vício incontrolável.
Sonhar é estar nas nuvens,
ou ser como elas...
Indo sem direção,
guiada pelo vento,
numa falsa noção de que irá continuar.
Mas é só vir a chuva,
e vê-la as dissipar.