quarta-feira, 20 de março de 2013

Tempo

Um tempo de espera,
ao redor da esfera a girar.
Parece lenta essa Terra,
nunca esteve a esperar.

Tão agonizante consegue ser,
capaz de coisas que não posso ver.
Eis o tempo, precioso tempo,
sendo julgado por palavras sem talento.

Tempo passado, que existe sem existir.
Tempo presente, o mais temerário,
que sem recesso, só pode ser temporário.
Tempo solúvel, em diferentes solventes.
Tempo bandido, sem alguns presentes.

Sem mais aproveitamento,
resta-me um triste alento.
Escreve sobre o indescritível...
Tempo.

terça-feira, 12 de março de 2013

Fuga

Na maior luta
Contra meu pior inimigo
O resultado não foi outro
Além da prevista derrota.

Foi tudo em vão.
Lutar contra as lembranças
Causarão eternos machucados.
E só me restou a fuga.

Fugir de mim,
Fugir das entrelinhas.
Fugir do mundo idealizado,
Fugir da minha idealização.

Eu e você, não mais
Não mais na mesma frase
Não mais no mesmo contexto
Se não o de fim.
Sinal de eterna fuga.

sábado, 9 de março de 2013

Único e solitário

Diversas foram as palavras ouvidas,
Imersos estão os sentimentos sentidos.
Tudo em torno de especulações,
Ultrapassando o limite de razões e emoções.

Não quero mais conselhos,
Abordando seus desejos.
Não suporto mais cobranças,
Abortando novas lembranças.

Meu sorriso perdeu cor,
O perfume sem frescor.
A personalidade ficou vazia,
E a alma me deixou sozinha(o).

quinta-feira, 7 de março de 2013

Abraço

Momentos que só a solidão de uma noite nos fazem repensar. Coisas de uma carência infinita, infeliz a ponto de não poder te abraçar. Ah, abraço teu, irmão do meu, de imensas descrições para relatar.
A noite potencializa a falta desse teu aconchego, com os pensamentos tristes a acompanhar. Não é um abraço, mas o abraço. Aquele capaz de exprimir o inexprimível. Capaz de me fazer chorar, sem ao menos ter lágrimas. Capaz de me levantar, sem mesmo uma palavra de ajuda ser dita.
O abraço solícito, íntimo, pedido com um olhar. O abraço perdido, hora leve, hora comprido, requisitando à prosa para tentar explicar. Oh, insólita angústia me faz sentir, aquele abraço de amigo que perdi por aí...
Puro fruto de uma saudade sem fim. 

Implicância

Hoje as palavras não traduzem os sentimentos.
Tampouco os sentimentos conseguem ser exprimidos
Em palavras entregues aos simples versos.
Como tudo se tornou tão patético?
A consciência deu lugar à ira,
E só o tempo irá relatar as consequências.
Diante dessa mente insana, nada parece importar.
Uma hora tudo cansa, e não há mais pra relatar.
Cansaço.
Cansado de mim, de tu, de vós, todos.
De nada que parece ir, nem voltar.
Das memórias ruins que insistem em retornar.
De tudo o que é passado, acontecido,
para não mais ser futuro.
Então me pego só, nessa velha cadeira,
aconchegadora em outrora,
disposta a não resistir, semelhante ao seu dono.
Passada a hora de deixar o aposento,
aceitar a falta de talento,
e silenciar as frases dispostas a sair.