terça-feira, 29 de março de 2016

Um vaso tão raso


Não me tire a razão, são vasos vazios tão rasos que um só coração oprimido não forma um vaso tão caro só restando o sumiço tão vago para não ouvir o coração bater e outra vez a emoção abater a razão de mais uma vez não tem querer ou te ver ou te ter. 
Era só um vaso tão raso escondido, tão pouco se pôde apreender. Tão pouco se pôde conhecer para sequer amar ou cogitar os mais sinceros sentimentos sem fim. 
Pobre coração emulado num vaso tão raso de pena sem fim. Não modelado, nem aperfeiçoado, de uma pobreza sem fim. Que ele não seja maltratado, triturado, dilacerado, como um vaso chega ao seu fim, quebrado, despedaçado, por aí.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Um falso dia de verão

O sol irradia incomum diante das poucas horas incidentes de um dia de verão. A luz penetrava pelo quarto novamente, denunciando toda a minha solidão. E havia quem dissesse que os dias mais quentes seriam por dois corpos aqui presentes. Somente os erros de previsão. Pois cai a noite e invade o outro dia, sem alguma companhia que queira a mais ficar. Ou só por vez, o amor nesta vida não me cabe, nem me base, assim como a luz somente invade sem me consumir. Me paira o frio, o escuro de um quarto vazio e um coração doído por querer amar, sem saber como, por quem ou quando será. Enquanto não chega, o frio se manterá. E nem os famosos dias de verão serão capaz de mudar.

Eu não posso

ler sua mente 
saber o que se passa 
(passou ou passará) 
fingir que não existe 
deixar de te observar 
(me inteirar, te conhecer) 
[querer me completar] 
{se não conheço você} 
te deixar partir 
te deixar sair 
te deixar fugir 
te largar por aí 
desistir 
(nem de você, 
nem de mim).

I See Fire

Eu vejo fogo em seus olhos
(Apaixonantes como rubis)
Eu vejo fogo em seu cabelo
(Beijado pelas chamas)

Repleta de flores tropicais
Perfumando cada parte do seu ser
Serviço não era ser tão bela assim

Eu vejo fogo no teu toque
Catalisando os meus arrepios
Invadindo o meu íntimo
Enlouquecendo o teu prazer

Eu vejo fogo na sua alma
Clamando por um amor
Ainda não descoberto
Para preencher um vazio ainda
incompleto 
A chegar no ápice de ser apenas…
Seu.

Que tal?

Que tal uma noite de verão com a lua a observar os nossos corpos nus, comuns, numa cama quente?
Que tal a graça de um beijo, tranquilo, sem destempero, provocados por simples toques a te fazer arrepiar? 
Que tal as suas mãos macias aproveitando-se do som do mar, me envolvendo como as ondas, sem nem me deixar notar? 
Que tal a minha vez de retribuir, e o seu corpo invadir, o teu pescoço chupar e deixar as marcas para demonstrar o quão grandioso é amar? 
Que tal toda a ternura presente em dois corpos que se unem e se vestem em um só ao doce balanço de uma música soprada pelo ar? 
Ai, quem me dera que essa noite não terminasse; que a minha sorte não cessasse assim como a vontade de te ter.
Ai, quem me dera, o prazer de alguma tarde, manhã ou noite qualquer, só ao seu lado, onde não existe cansaço e eu só saiba o que é... amar.