segunda-feira, 11 de maio de 2015

Entregue


As pernas tremiam
A voz estremecia
E eu já não sabia
Nem mais quem era eu.

Me perdi em seu olhar
Como em poucas vezes
Faltava coragem para te beijar.

Seu sorriso entortaria
Para me convencer.
Seu olhar fuzilaria
Para não mais correr.

Já não tinha mais jeito
Estava entregue a você.

Não adianta


Não adianta
Por mais que eu tente
Tentado sou a te lembrar
E esquecer quem sou

Não adianta
Por mais que eu ignore
Ignorante me torno
Tornando cada vez mais difícil

Não adianta
Por mais que eu me isole
Não se isola o sentimento
Isolante de bons termos

Não adianta
Por mais que eu "esqueça"
Mais forte as lembranças voltam
E você não volta

Não adianta
Tentar, ignorar
Isolar, esquecer
Tudo me faz voltar a você.

Eu quero te fazer feliz


Eu quero te fazer feliz
Como nunca foi feito
Da forma mais singular
Sem definir uma diretriz

Eu quero te fazer feliz
Para que no amor creia
Com tudo que o rodeia
Oriundo de uma matriz

Eu quero te fazer feliz
E desligar suas tristezas
Deixando livres as belezas
Jorrando como chafariz

Eu quero te fazer feliz
De uma forma inédita
Julgada como incrédula
E não mais viver por um triz.

Brilho diferente


Seus olhos tortuosos
Cansados, porém fartos
de todas as mentiras não ditas.

Aqueceram ao encontrar os meus
carregados de suas farsas
e de um brilho diferente
não visto anteriormente.

Um brilho além das lágrimas
que te foram oferecidas,
as quais tantas vezes repetidas
tornaram-se falecidas.

Um brilho da verdadeira luz
a qual é vida e reluz
a verdadeira fonte de tudo
um brilho diferente que chamo de Amor.

Perdoa, Coração

Me perdoa, coração
Por não te amar o suficiente
Por achar que lhe faria contente
Não por metade ou fração

Me perdoa, coração
Pelas juras de amor
Que pareceram desamor
Ao agir pela razão

Me perdoa, coração
Por todo o machucado
Quando prometi estar ao seu lado
Enquanto meu peito dizia "Não".

Me perdoa, coração
Por não ser quem esperava
Tua realização tão sonhada
Por ser uma grande decepção.

Ser seu

Você mexeu com minha cabeça
Apenas ao lembrar de sua face
Cada lembrança, cada palavra
Como se fossem fotos,
foram recordadas.

Renunciei cada parte do meu ser
Para ser digno do teu querer
Para me envolver em seus braços
E de corpo e alma,
ser somente seu.

seu refúgio
seu porto seguro
seu escape
seu mundo

seu autor
seu mar
seu andar
seu amor.

Mas, ora!

Mas, ora!
Lestes meus rabiscos
Com versos desunidos
Como as cores da aurora?

Mas, ora!
Lestes meus rabiscos
De horizontes nublados
E pensamentos ariscos?

Por hora,
Lestes meus rabiscos
Refletindo meus lampejos
E sinais de destempero?

Outrora,
Lestes meus rabiscos
Projetos de livros
E histórias de verão.

Fugacidade

"A casa é o corpo e o conforto é a alma."

A vida é um sopro
Disfarçada, com gorro
Às vezes se sentindo
Sempre sem sentido.

Tudo soa tão fugaz
Que aparenta não
ter nada a fazer
Apenas desencontrar

Desvencilhar, de todos
os costumes
Descarregar, de todos
os estresses
Em busca da paz.

Maré vazia


Lua cheia
Maré vazia
Nada como cair de amor
da noite pro dia

Sem suplicar para gostar
de qualquer alma vadia.
Sob a lua, me carrego
Pela maré, de corpo me entrego.

Se pelas sombras me santifico,
através da luz me exorcizo
de todos os demônios adormecidos.

Sem me resguardar os vícios
(Ah, os vícios...)
Nem mesmo elas,
as ondas, tem resolvido.

Sick


Maybe I'm sick
I don't feel my lips
I don't feel my skin
I don't feel my legs

I feel pain
For all the parts
Casually normal

Maybe I'm right
I'm sick
No for love
No this time.

Honesto


Olhe nos meus olhos
E diga que nada sente mais
Seja sincero e evite o sofrimento

Olhe nos meus olhos
E diga que foi sua culpa
Tão intenso e traiçoeiro
como o mar

Olhe nos meus olhos
E diga que nada valeu a pena
Seja sincero para as memórias
não valerem como pena
Para te prender
por uma vida inteira

Olhe nos meus olhos
E diga seu último adeus
Seja sincero e quem sabe
serão os últimos versos a te dedicar.

Inércia

Ando lentamente
Vigiando seus olhos diamantes
Onde a razão é a única guia

Então providos de emoção
Desleixamos todo dia
O comodismo persevera
A falta de coragem não coopera

Sozinhos, nada resolvemos
Virando uma mera inércia. . . _________

No Meio da Avenida


Domingo de Carnaval
Carnaval na Avenida
Pulsando pessoas em agonia
Pela qual pulsava a vida.

No meio da Avenida
Encontrei consolo para a solidão
Encontrei a sombra rara de verão
Encontrei uma verdade dividida

No meio da Avenida
Troquei experiências com ideias
Troque o cansaço pela descoberta
Encontrei um sorriso escancarado
E uma porta aberta.

Além da porta
Havia uma luz
Tão radiante
Não sabia de onde vinha

Seus olhos curiosos
Não me deixariam saber...
Ainda estaria no meio da Avenida?
Parecia já ser outra vida.

A dúvida deu lugar ao apego
Fazendo-me não mais desesperar
Estava no meio da Avenida
Lugar onde era permitido amar.

Cartão de Entrada


Com seu ar de turista
Um pouco intimista
Se tornar uma bela vista
A ser apresentada

O sol corria por seus cabelos
Assim como a terra por seus olhos
A mata por suas veias
A (falta de) melanina por sua pele

Apresentaram-me sem expectativas
Quem sabe
Para não sofrer com a despedida
(que outrora viria).

Apenas o seu sorriso cintilante
Dentro de lábios vermelhos radiantes
Serviram como o perfeito
Cartão de visitas
Para não te querer mais
Fora da minha vida.