segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ghost


No meio da longa noite, ouvi teu chamado calmo. Acordei subitamente como uma presa a ser caçada. O silêncio permanecia entre outros quartos e corpos, porém sua voz ecoava em minha mente para ir ao seu encontro. Em meio à escuridão e à falta de lucidez, sua luz me irradiou como uma chama acendendo uma vela, com fumaça a sair dos seus poros. Era outra vida, outro momento, todavia éramos os mesmos desde então. Enfim pude acender e ascender e estive pronto para chegar ao teu encontro. Teu chamado reacendeu a luz que se apagou. Agora sim, estaríamos prontos para tudo aquilo que o futuro planejou. O futuro se apresentou como um ouro e me tornou um amante da Luz.

domingo, 9 de agosto de 2015

Oceanos


Lancei meu barco ao mar na esperança de talvez de encontrar, não só por uma vez, nem por mero acaso ou descaso. A vela segue o vento, velejando, escondendo todas as preocupações e ânsias por não te ter outra vez. Eu quero você, por uma infinidade de momentos. Desculpe-me, mas não dá para controlar, não no meio do mar, onde não há como voltar... eu sigo tentando te encontrar, porém os oceanos nos separam. Eu tento continuar e persistir, mas você segue me puxando para baixo, quem sabe para desistir. Quem sabe é o que queres. Quem sabe é o que deveria fazer. Seria tão difícil sonhar com a felicidade? E pensar que julguei estar em você. Pobre teimosia, que me faz te querer cada vez mais. Não importa como, eu irei até o seu encontro, pois sem você, esse barco segue vazio, sem rumo e sem saber onde chegar. O mar seguirá histérico, quem sabe até... me afogar. Não. Há vida. A superfície segue cristalina, tão limpa quanto a alegria outra vez sentida. Quem sabe seu barco não se encontra da mesma forma? Eu seguirei tentando te encontrar, mesmo que existam oceanos entre nós...

sábado, 8 de agosto de 2015

16:33

16:33. os passos andavam despreocupados, pois estava em minha companhia. o mundo girava certo, com as horas certas e sem noites frias. me conhecia tão bem, quanto a noite ama o dia. e sem saber, naquela hora, era sua despedida. você conhecia os meus riscos, compartilhava as minhas emoções, dançava todas as minhas músicas e me protegia. seu jeito me despertava, me consertava. me orientava, indicava. e como o próprio destino quis, você partiu. não por nossas próprias vontades ou aspirações, afinal ainda somos tão jovens. mas você precisou partir. não para causar tristeza, e sim provocar felicidade em outro alguém. que alguém mais descubra tudo aquilo que não foi possível explorar em você. que você faça outra pessoa tão feliz quanto me fez. e eu estarei pronto para outro alguém, para assim seguir adiante. nos lembraremos um do outro, mesmo num céu a cor da sua capa, ou de outro alguém com sua marca. a vida segue, a vida urge. a vida roube, a vida ruge.


PS: dedicado ao meu celular ~tomado~

Be There

as luzes dançarinas manifestam-se ao som da profunda batida da solidão. as vozes internas agonizam para te dedicar outra canção. queria poder dizer o quanto sinto a sua falta, mesmo que todos esses dias tão longe eu esteja. queria poder dizer o quanto sua boca colada na minha me faz falta, para reativar todos os meus sentidos que outrora havia perdido. queria poder te dedicar as mais belas palavras na esperança de ter o teu belo sorriso me encarando de volta. queria poder dizer o quanto me falta o teu corpo ao lado do meu, de forma desencontrada e apaixonada, pois no fim, a harmonia cede. queria poder fazer mais por ti, assim como fez a mim, se assim lhe coubesse. se assim pudesse.

Incandescente

um só tom invade
o amarelo realça
e o medo entrou
sem ser convidado

como um sol a raiar
a visão se turvou
e as lágrimas escorreram
como um oceano a desvendar

percorrendo todo o meu ser
despido de qualquer intenção
esvaindo toda a minha força
que guardei para usá-la outrora

os olhos fechados não trarão sua face de volta
o quarto seguirá fechado e estéreo
a dor permanecerá mergulhada
mas no fim
o amarelo persiste, sem cessar.

uma saída.