sábado, 3 de março de 2012

Canto dos malditos na terra do Nunca

Quem é você? Como você pode fazer isso comigo? 
Eu sei o seu nome e o seu sobrenome, mas esses podem ser falsos. Assim como a imagem que criei, para arrancar a dor de não poder chegar perto. Só pra fitar os seus olhos uma única vez, ouvir a sua voz e tentar te conhecer, te fazer rir e ver o seu sorriso surgir, sentir seu perfume, admirar as suas manias e o seu modo de falar... Tudo preso na minha insônia cada noite pior, sonhos e pesadelos que já não encontro diferença. Eu tenho medo de acordar. A realidade me assusta... 
E se você não se interessar por mim, disser “não” antes que eu possa tentar? 
E se eu nunca puder... 
Só o que me resta é esperar, mas o tempo me faz querer desistir e eu sei que ainda querendo eu não tenho esse direito. Acho que é assim que se define a mente de um apaixonado, então. Criamos a pessoa que queremos amar, cogitando a perfeição que jamais existiu, nos iludindo com os bilhões de possibilidades que inventamos pra tornar reais algumas de nossas fieis fantasias. Até que tudo se destrói e descobrimos de verdade quem é a pessoa que amamos. Ela pode ser melhor do que qualquer uma que veio antes e pode ser essencial, pode mudar o ruma da história, pode mudar a sua vida, pode te transformar numa outra pessoa por causa do amor que dela emergiu alcançando e consumindo seu coração. Mas ela também pode te fazer desacreditar nesse sentimento, pode acabar com a sua vontade de encontrar alguém, e te destruir de tal forma que a esperança seja enterrada. O amor é uma peça que está guardada na alma, esperando encontrar o seu encaixe. E se nessa procura você ainda tiver forças, espero que você não enlouqueça. Espero que eu não enlouqueça... 


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