sábado, 15 de fevereiro de 2014

Granulado

A cidade dorme aos nossos pés, embora o sono não esteja com ela. O céu, recheado de flocos, se conflita com a unidade aqui presente. Talvez não seja hora da nossa despedida. Uma música toca em nossas mentes, enquanto parados estamos, frente à frente, à espera de um sorriso malicioso. Seríamos orgulhosos demais para deixar um vencer ao outro. O ritmo sonoro ninguém saberia, mas pouco importava, já que eram somente dois os dispostos naquele local. Nenhuma alma vazia, nem vadia, para interferir. As horas passaram e o céu desgranulou. Observamos, contemplamos e nos entregamos. O brilho se fora; o amor não. Nunca mais a veria, até onde sabia. Enfim, com todo pesar, me despedi. Sem altar, falar ou ignorar. Sorri e ganhei aquele belo sorriso pela última vez. Olhei para frente e segui a caminhada. Fitei o céu e guardei uma fotografia do nascente mais cativante já visto. E encarei o horizonte, meu futuro destino, sem mais olhar para trás. E o meu amor? Ficou cada vez mais distante...

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