segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Uma cadeira e mar de estrelas


A conversa com as estrelas começou sem hora para acabar. Apreciava como eram doces e intocáveis. Tamanha a injustiça cometida pelos infiéis ao defendê-las como definidoras de nosso destino. Tão pequenas e carregadas de falsas responsabilidades. Admirá-la era um ato de envelhecimento para os céticos. Para os certos, nada de muito relevante. Para os cegos, mais que um alerta ambulante. Para mim, nem cego, nem certo, nem palavras a mais ou adjetivos a menos. Só estrelas. Para que definir algo de expressão própria? Eram só estrelas sincronizadas em outras frequências, ascendendo em outros anos; sobrevivendo em outros planos. Peças de beleza incomparável, pedras de brilho raro, setas para um sonhador solitário. Como toda conversa intermediada, as nuvens interromperam a única ligação existente entre nós. Longe de ser iônica ou covalente. Apenas dois olhos, um coração nada valente e várias estrelas sorridentes. Quem sabe elas estejam a me desdenhar mesmo.

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